Bettencourt, Rui (Autor)
–
Num momento em que o desemprego atrai enormes atenções e fortes preocupações, levando a que a procura de respostas públicas a este problema seja um desígnio central de qualquer projeto de sociedade ou discurso político, as políticas para o emprego necessitariam passar por um claro alargamento dos seus perímetros de atuação, visar uma recentragem nas pessoas e introduzir uma abordagem prospetiva bem como uma operacionalização regional.
Assim, as políticas ativas para a empregabilidade mudam a natureza da intervenção das políticas públicas: da intervenção do Estado para manter um posto de trabalho, desliza-se para a intervenção do Estado para dotar um cidadão de empregabilidade, ou seja, de competências pertinentes para a competitividade.
O autor procura e analisa, através de uma abordagem sistémica, políticas para a empregabilidade, considerando-as como uma terceira geração de políticas de emprego, na sequência da evolução do pensamento económico que visa privilegiar o investimento na educação e que culmina com as teorias de desenvolvimento endógeno de economistas modernos como Philippe Aghion. As políticas aqui descritas caracterizam-se por agir junto das pessoas quer em antecipação do mercado de trabalho introduzindo a prospetiva estratégica quer em retificação das necessidades da economia através da educação ao longo da vida.
Defendendo que a empregabilidade deve situar-se muito para além das clássicas políticas de emprego, o autor propõe uma arquitetura de intervenção num perímetro de atuação alargado, pois incidindo sobre os estudantes, os jovens sem educação, formação ou emprego, os NEET para os quais a resposta é o grande desafio para as metas da Europa 2020 -, os trabalhadores, os inativos e os desempregados.