O Centenário da Grande Guerra está sendo marcado por uma visão historiográfica que parece ter retrocedido décadas pela reintrodução de debates superados, como o da responsabilidade pelo seu desencantamento.
Este livro busca introduzir o tema a estudantes e ao grande público com uma perspectiva crítica, bem como explicar os fundamentos e as forças motrizes do desencadeamento, evolução, estratégias e desfecho do conflito. O clichê da Guerra de Trincheiras criou a percepção de uma guerra irracional. Com o grande matança sendo feita pela metralhadora, nas barragens de artilharia, nos ataques frontais e pela lama, com infecções, privações e epidemias.
No entanto, a primeira grande conflagração militar da era industrial tem uma explicação coerente. A importância e o significado da Guerra, que teve como resultado o declínio da Europa, têm sido negligenciados pelos estudos históricos, provavelmente porque este formidável conflito preparou as bases de outro ainda mais devastador eclodido vinte anos depois: a segunda Guerra Mundial.
O livro busca introduzir o tema da Primeira Guerra Mundial a estudantes e ao grande público com uma perspectiva crítica, bem como explicar os fundamentos e as forças motrizes do desencadeamento, evolução, estratégias e desfecho do conflito que ainda repercute e repercutirá nas gerações que virão. A importância e o significado da Guerra, que teve como resultado o declínio da Europa, têm sido negligenciados pelos estudos históricos, provavelmente porque este formidável conflito preparou as bases de outro ainda mais devastador eclodido vinte anos depois: a Segunda Guerra Mundial. O autor tira esse conflito do limbo ao qual foi confinado e o leva à luz com os eventos que realmente podem explicá-lo, na medida em que se pode explicar uma guerra de tais proporções.
O devastador conflito encerrou a era otimista da Belle Époque e deu lugar a manifestações como A Decadência do Ocidente, de Oswald Spengler. Ele abriu espaço para a Revolução Socialista na Rússia, a crise do liberalismo, a ascensão do nazi fascismo, a Grande Depressão econômica e ainda mais destrutiva, o que contribuiu para que o conflito ocupasse um lugar mais modesto na historiografia. Foi o primeiro conflito a ter mais mortos civis do que militares, além de mais seis milhões de vítimas da Gripe Espanhola no imediato pós-guerra. Os quatro séculos de supremacia europeia caíam, fazendo surgir um continente com milhões de mutilados e desempregados, em um clima sombrio e pessimista que se expressaria nas versões políticas de extrema direita.
A vitória da Revolução Soviética completava o simbolismo de uma ordem que havia sido quebrada: os impérios alemão, austro-húngaro, turco e russo deixavam de existir, gerando um vácuo geopolítico. O legado era o fim da Europa dos imperadores e aristocratas e o marcado por violência e resistências. As sementes de uma nova guerra esperavam apenas o momento propício para germinar.