Medeia – Fedra – Hércules enlouquecido – Hércules no Eta – Octávia
Sêneca (Autor)
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Da maioria das tragédias escritas por autores romanos, as vicissitudes da transmissão manuscrita não permitiram que chegasse até nós quase nada. Felizmente, salvaram-se, ao menos, as tragédias de Séneca: oito que lhe são atribuídas sem reservas (Medeia, Tiestes, Fedra, Édipo, Agamémnon, Troianas, Fenícias, Hércules Enlouquecido), e duas que, hodiernamente, têm suscitado problemas quanto à autoria (Hércules no Eta e Octávia). Com efeito, nas últimas décadas, têm-se multiplicado os estudos relativos ao teatro de Séneca, o qual, apreciado por renascentistas e barrocos, mas desprezado por românticos, recebeu, a partir do século XX, um interesse em proporções até então desconhecidas. Em Portugal, porém, e apesar de a literatura clássica, no geral, e a latina, em particular, terem vindo a conhecer um interesse acentuado, as peças de Séneca permanecem num certo obscurantismo, desconhecidas do grande público, que não sabe latim e não dispõe de traduções, parciais ou integrais, do conjunto das nove tragédias, em flagrante contraste com outras línguas, que chegam a dispor de várias traduções. A publicação das tragédias completas de Séneca em dois volumes vem pôr fim a este alheamento.